VENTVRIS VENTIS

 


E a brisa, virando ventania e tempestade em sequência, me lembrou que, na caída do tempo, raízes se fizeram.


E, se antes era com pesar que acolhia o vendaval e com tristeza que perdia ramos é porque o rumo todo se perdia na solapada de mim. Ficando só o gérmen: essa vontade quase inconsciente e contra-intuitiva de seguir.


Agora, porém, há outro desejo que acompanha esse outro mais essencial. Um que confia na construção de anos e anos de quedas e retomadas, de morte e renascimento. 


Um desejo que vê se adensarem as nuvens no horizonte e se manifesta como oração: 

Vem e me lembra do essencial em mim

Vem e me resgata do conforto, da estagnação

Vem porque quando, em algum tempo, partires

Eu permanecerei

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