EN RECHERCHANT


Ela corria pela rua, insandecida, estava a busca de si mesmo. Sentou-se na calçada num pranto nervoso. Havia procurado na alma e na razão...As pernas traziam as marcas de sua derradeira auto-flagelação.

Seus tímpanos foram então atingidos pelo som pulsante de uma balada epícura. Era isso, seu corpo merecia o prazer do qual tinha sido privado. Adentrou a boite já arrancando as roupas. Deu-se a carne. Deu-se, literalmente.

Ao alvorecer, se deparou com o ardor, a ressaca, moral inclusive, resultante de sua aventura. Saiu da boite cambaleante, e então viu uma igreja. Parecia degustar o som dos sinos da primeira missa do dia. Resolveu redimir-se dos seus pecados, continuou cambaleante, saindo da boite em direção a igreja. No meio do caminho, porém, topou com um homem. No ponto exato entre o sacro e o profano, onde ela poderia meditar a respeito de tudo, mas uma tal curiosidade lhe atacou o pensamento:
-Senhor, qual o seu nome?
O homem sorriu, olhou nos o lhos dela e disse:
-Pode parecer estranho, mas me chamo Simesmo. Simesmo da Silva.
Ela o encontrou.

Comentários

Nerize F. s. Souza disse…
Queria ser um louco mas louco por mim mesmo não consigo. Vou procurar um louco precipicio onde a loucura possa estar exposta. Talvez ao longe, talvez, talvez ,bem perto, não sei. Ser louco é o que me move a mente quando o movimento já nao diz respeito. Ser louco, só ser louco são pensamentos que levanto e deito.

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