Banziflor et Helena


Sombra nua, de frente ao mar, Ave, Formosissima. As lágrimas correndo livres pela face. Assim soube de sua pequenez. Caminhou lentamente, afundando os pés na areia, tomando-a para si. Uma completude, uma sintônia bizarra o enchia de felicidade e o encorajava a dar passadas cada vez mais largas até que as ondas e o sal molhassem seus pés, retirando a areia que o sustentava. Ele aceitou afundar, continuou caminhando. O fortuna! Quando seus pés não mais encontravam o chão e as ondas o tangiam livremente, quando ele estava profundamente dentro de tudo que é o mundo, passou a ser, encontrou o outro lado que faltava. Sua metade rejeitada, sua água doce e macilenta que era lançada ao mar. Abraçou cada um dos seus defeitos, fechou os olhos e se sentiu pronto pra última viagem. Uma onda o carregou até a praia, onde ele ficou deitado olhando o céu até virem as estrelas.

Comentários

Postagens mais visitadas