Enfim, Intolerante


Abominamos todos os períodos de nossa existência nos quais não sabíamos o que hoje sabemos. Sentimos vergonha de nossa ignorância passada e ainda assim ignoramos que embora a nossa felicidade tenha sido rudimentar e efêmera, ainda era felicidade. Somos obcecados pelo científico e pelo intelectualismo e à medida que nos lançamos no âmbito de algum conhecimento, nos tornamos intolerantes a todos que, se não fosse por algum tempo passado, seriam nós mesmos. Nos sentimos todos acima do senso comum, todos nos tornamos capazes de ver nos outros a hipocrisia por aderir a esta ou aquela religião, estilo de música, modo de se vestir, de falar, de agir. Sem percebermos, não fazemos mais do que mudar de rebanho. Não somos únicos, críticos, conscientes, etc... Mudamos de ponto de vista em relação às ideologias mais simples, certamente, mas não somos alienados dos mecanismos de dominação social. Em suma: ainda somos medíocres marionetes, agora de cabeça erguida.

Comentários

Neit Prates disse…
Traduza o francês querido....

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