Pai Nosso

O soar das palavras traz em si um sabor, como o da massa folhada. Não um sabor « gosto definível », um sabor textura, insosso e ainda assim sabor. O sabor das palavras é como o sentimento de mastigar seus sons de leve e sentir-lhes dissolverem-se. Manducar bons textos, bons sonhos. As vozes únicas têm este dom: o dom de permitir que venha a nós o sentimento que jamais seremos capazes de compreender, escrever ou descrever. É isso, esse desconhecido é o que chamamos cordialmente de « vosso reino ». E às vezes o gosto do mal feito nos atinge violento e preciso. Definível, assim é o que não é literatura.

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