Guts.

Odeio porque não suporto a fraqueza, 
Porque não nasci imaculado, 
Mas envolto em restos de placenta e sangue. 
Odeio porque não quero cores puras, quero tons. 
Quero o cinza, não o binário. 
Porque eu sou decimal. 
Sou a fração do amor que senti, e sinto. 
Odeio. 
Porque sem ódio meu amor seria incompleto. 
Odeio porque compartilhei contigo a barata, a hóstia maligna, 
E comunguei com os infernos
Pra me aproximar dos céus.
Odeio porque posso e minhas veias pulsam, 
E minha voz estoura no silêncio
Rompe sua crosta de bondade.
Odeio porque não posso evitar
E assim transpareço que talvez
Somente talvez,
Eu viva.


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